terça-feira, setembro 21, 2004

YOGA: Capitulo 1

Antes de mais nada, só coloquei esse lance de capitulo por que eu acho que vai ficar bem enorme o que vou escrever, então ja fica dividido assim; não devo terminar tudo hoje mesmo. :P

O que me proponho aqui é algo, no mínimo, audacioso, hehehe. Falar sobre yoga, tentar definir, falar de historia, emitir opiniões pessoais, etc. Tudo isso que vai ter aqui, é com certeza alvo de controvérsia; ainda bem que blog não é lugar pra ficar discutindo. :)

Vamos lá então. Decidi escrever sobre isso, por que uma coisa que aprendi na vida, é que vale a pena pra cacete exercitar a arte ensino para aprender. Se está estudando algo, exercite ensinar o que já sabe a alguem, será util para ele e pra você. Por isso que escrevo, sempre. Fora o fato de eu gostar pra caralho, hehehe! :P

(só pra registrar, som rolando: Pink Floyd - Atom Heart Mother)

Quando comecei a estudar sobre yoga, uma das primeiras coisas que descobri foi que é dificil pra caralho estudar yoga. Existem muitas fontes, muitas opiniões, muitos mestres, muitas visões diferentes, muitas linhas, muitas abordagens. Do "original" é tudo escrito em sânscrito, uma lingua morta a milhares de anos, então fica complicado obter traduções fidedignas.

O lance do sânscrito é pior do que se imagina, as vezes uma simples palavra pode ter interpretações absolutamente diferentes de um mestre pra outro e visões distintas em cada uma das muitas linhas de yoga que existem hoje. Vocês já devem ter ouvido pelo menos uma vez a disputa "Yôga x Yoga". Pois é, e por ai vai.

Como ja falei, são muitas fontes, então eu parto pro approach de acreditar no que mais se encaixa a historinha que eu criei na cabeça, mesmo por que, como vocês vão perceber, não importa muito se está tudo perfeitinho ou tem falhas. O objetivo final da yoga não tem nada a ver com esses detalhes historicos, especulativos, intepretações de um e de outro. São apenas visões diferentes de um caminho que é único.

A palavra yoga significa união. Como assim união? Unir nossa alma individualizada e presa no ego a alma divina, infinita. Poético demais? Unir nosso ego, id e superego em uma só entidade. Psicológico demais? Unir nossa razão a nossa emoção e ter maior controle sobre a própria vida, estar em paz, ser feliz, distribuir amor e não ódio. Sacaram? É tudo basicamente a mesma coisa, só com pontos de vista levemente alterado, uns mais espirituais, outros mais materialistas (well, nem tudo é perfeito). Yoga é uma filosofia de vida, é uma ciência, um método ou prática que traz a plenitudo do corpo e do espírito. Yoga é um caminho pra ser feliz? Pelo menos no que ela se propõe, sim. Você não gostaria de estar unido? Seja com algo superior (divino) ou ao menos com você mesmo?

Um pouco de historia: a alguns milhares de anos atras (sei la quantos, ja vi por ai dizendo algo em torno de 7000 a 10000) a India (berço da Yoga) vivia uma época de xamanismo. O que isso quer dizer? Quer dizer que na Índia estava cheio de xamãs, que eram homens com poderes suficientes para entrar em contato com o transcedental (divino) e através desse contato, curar doenças, trazer chuva, resolver problemas, obter sabedoria para julgar, etc. Naturalmente, todos procuravam esses xamãs para curar suas aflições e doenças, responderem perguntas de cunho metafísico como: qual o sentido da vida, existe vida após a morte, etc. O tempo foi passando e esse modelo foi caindo, pois as pessoas se tornavam cada vez mais ansiosas pelo contato próprio com o transcendental. Eis que surge a yoga, que era um meio onde cada pessoa, poderia procurar dentro de si o contato com o transcente, que na verdade seria só uma dimensão (o "eu intuitvo") que as pessoas simplesmente não eram capazes de contactar por estarem mergulhados em ilusões materiais e ansiedades do ego como prazeres efêmeros, etc.

Yoga no inicio era uma pratica exclusivamente meditativa. Através da meditação profunda e disciplinada seria possível alcançar o samadhi. Meditação significa aquietar a mente, não pensar em nada, deixar que o "eu superior" se manifeste. Samadhi é o estado superconsciente em que o iogue percebe sua união com o divino, absoluto, whatever. Algumas asanas (aquelas posições dificilimas que vocês ja devem ter visto em muita capa de revista) ja existiam tambem (encontradas em pinturas muito muito velhas), mostrando que ja existia mesmo muito antigamente uma preocupação com o corpo, e não só com a mente.

Tudo era passado no gogó, de mestre pra discipulo. Essa relação mestre-discipulo foi herdada do budismo, que influenciou muito a filosofia da yoga. Se tudo era no gogó, cada um interpretava a yoga como queria, cada um praticava de um jeito, sei la se existiam técnicas de meditação, não tem nada escrito, assim fica foda, hehehe.

Um grande iogue, que chegou até a ficar conhecido como o "pai" da yoga, chamado Patanjali, que alias, nem se sabe direito quando viveu - algo entre 200 a.c e 300 d.c, não há registros, pra variar - resolveu CODIFICAR a Yoga, ou seja, ele veio definir o que vinha a ser toda aquela filosofia e ciencia que tava rolando, mas que ninguem sabia direito o que era. Ele escreveu o que viria a ser conhecido como Yoga Sutras. Sutra significa aforismo. Ele escreveu 195 aforismos divididos em 4 Padas (livros) que realmente definem O QUE É YOGA.

Mas como não poderia deixar de ser, continuou obscuro, por que são aforismos, ou seja, 195 frases curtas e objetivas. E essas frases podem ser interpretadas ao bel prazer de cada mestre ou estudioso de yoga (óbvio que dentro dos limites do bom senso).

Outra coisa que rende grande quantidade de interpretações, estudos e traduções é o Bhagavad-Gita. Já ouviram aquela musica Gita do Raulzito? Pois é, é sobre esse livro mesmo. O Gita considerado a biblia dos hindus e o mais importante dos Vedas (escrituras). Basicamente conta a historia (em forma de poemas e ensinamentos) de um mestre (Krishna) e seu discipulo (Arjuna), e nesses ensinamentos estão a base da yoga.

1 Comments:

Blogger Ursula Jahara said...

So far so interesting.

Bj Sula

12:03 da manhã  

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