sexta-feira, outubro 29, 2004

PRELUDIO AO NEO-ANTROPONCENTRISMO



Titulo chique hein? De que será que esse muleque ta falando agora?

Bom, como sempre, vou começar o texto narrando o motivo que me fez vir aqui. Já virou praxe. Primeiro, estou passando pelo que poderiamos chamar de "revolução consciente" por causa da yoga, e tudo o que vim a conhecer por causa dela. Lot's of changes, mudanças de conceitos. Além do fato, de no momento, eu estar lendo um livro chamado "Confissões" do Sto. Agostinho (presente da mami, hehehe, bomba). Mas até que estou gostando, pois apesar de não concordar com metade do que esta ali, é bem escrito, e é a real fé de um ser humano expressa de forma maravilhosa; boa literatura.

(Now Playing: Atman - All is One)

Retrtato da minha mente no momento, hehehe. :)

O que vem a ser o neo-antropocentrismo? Será que alguem ja usou esse termo? Ihhhhh. Bom, vamos fingir que não. Antropocentrismo é, como todos sabem, a crença de que nós, somo o centro do universo. O que o diferencia do Teocentrismo (Deus no centro), Heliocentrismo (sol no centro) e Geocentrismo (Terra no centro), basically, os "principais centrismos". Mas o Antropocentrismo original, surgiu em uma época altamente religiosa e pedante (europeus brancos) que se achavam o povo perfeito e eleito. Prova disso, é que, logo que descobriram que existiam outros culturas onde haviam outras crenças, valores e habitos, o Antropocentrismo foi rapidamente substituido pelo Teocentrismo, por que descobriram que o ser humano não é tão fodão assim, perfeito mesmo, só Deus.

Hoje em dia, não sei exatamente onde estamos? É antropo, é teo? É nada? Eu acho que é um baguncentrismo. Muita gente crê em Deus, muita gente não crê. Muita gente acredita no ser humano, muita gente não acredita. Tem gente que ainda deve achar que a Terra é o centro do Universo, e tem gente que mal sabe que o Universo tem um centro. Será que tem mesmo?

Em quê crer? Vale a pena crer em Deus? Vale a pena crer no ser humano? 1a pergunta, vide resposta da terceira. 2a pergunta, acho que sim, porém acho que isso não exatamente uma escolha, não acredito que possamos "gerar" fé. Ou você nasce com ela, ou ela acontece a você. 3 a pergunta, sim. Devemos. E é exatamente isso que prega o neo-antropocentrismo. Acreditar no ser humano, entender o ser humano, melhorar o ser humano, e melhorar a si mesmo, obviamente, por que afinal de contas, és humano. :)

Acho que temos bastante trabalho em controlar nossas mentes, acredito ser a mais difcil de todas as tarefas que realizamos na vida. O resto a gente consegue, é só insistir. Mas controlar o que se passa dentro do cranio é complexo, a maioria falha. As vezes a falha é tão grande que coisas absurdas acontecem e ninguem entende: assassinato, guerra, estupro, terrorismo. De todos os bichos que tem por aí, somos os unicos que depredam abertamente a propria existencia e arriscam a propria extinção.

Acho que começamos a fazer tanta merda, que já tem muita gente que não está gostando muito da raça humana. Aliás, ja tem gente que gosta tão pouco da nossa espécie que esta disposta a se desfazer de varios individuos apenas para provar um ponto. Imagina um elefante, querendo mostrar que a manada não deveria atravessar o rio, taca 20 elefantes la e todos morrem, ai ele explicou. É o mesmo que fazem terroristas ao jogar uma bomba só para mostrar até onde eles vão pra defender a crença. Isso é o cúmulo do auto-desconhecimento.

Acreditar no ser humano é a boa. Acho que amar, é pedir de mais. "Ame ao seu inimigo", pô, tá exagerando né? Acho uma tarefa deveras árdua, e uma batalha constante com a propria mente e valores, até que você consiga amar a pessoa que estuprou a sua filha, por exemplo. Muitos conseguem, e até creio, que encontram a paz que poucos experimentam; esse nível de amor é tambem um grau elevado de consciencia, e inclusive é uma manifestação de neo-antropocentrismo. Mas se eu fosse falar que devemos amar e perdoar todos uns aos outros deveria ou chamar de cristianismo ou inventar um nome parecido. :P

Acreditar. Focar. Devemos focar no ser humano. Dar mais atençao a todas as ciencias e artes que tem o foco no ser humano. Dar atenção a tudo que é estudo do ser humano, da mente, do corpo, do espírito. Entendendo melhor como funciona, vamos entender as razoes para fazermos coisas tão idiotas. Penetrando mais em si mesmo, você vai acabar entendendo os outros; penetrando mais nos outros, você vai acabar entendendo mais de si mesmo. Pessoas são interessantes, pessoas transmitem sentimentos. Pessoas, e só pessoas, são manifestações daquilo que nos faz feliz ou triste. Ser feliz ou ser triste dependende do quanto você pensa a respeito de coisas ruins, quanto você entra em conflito consigo próprio, quanta paz você tem nas suas decisões. Se você não interagir com outras pessoas, nunca vai saber o que é: real amor, real ódio, real alegria, real tristeza, real espanto, real grandiosidade. Julgamos ser felizes ou tristes em relação a outras pessoas. Talvez, alguns seres iluminados alcancem a paz e não mais façam comparações, mas isso também, vá lá, é deveras complexo de executar. :)

Deus, for all I care, pode existir ou não. Só que, apesar de eles ser infinito amor, infinita misericórdia e infinita bondade, só vou amar mesmo, pessoas. Só vou ver bondade e ser bondoso com pessoas. Só vou ver misericórdia e ser misercordioso com pessoas. Pode ser até que Deus, esteja presente exatamente nessas manifestações. De qualquer maneira, acho que mal, não há algum, em fazer como todos os seres deste planeta fazem, e sempre fizeram: no mínimo garantir a propagação da espécie, com senso de autopreservação e respeitar a harmonia da natureza, e do lugar aonde nasceram para viver e morrer. Como temos a consciencia um pouquinho mais elevada que isso, podiamos até nos unir todos com um só objetivo de evoluir pacificamente, óbvio que isso é deveeeeeeeeeeeeeeeeras utópico, mas tudo que está hoje em dia no inconsciente coletivo, ja esteve um dia em pouquíssimas cabeças - we gotta start somehere. :)